
Welcome to the Camp!
A minha primeira história é sobre a primeira noite que passei no mato africano. Tinha apenas 14 anos de idade.
Primeiro, deixem-me situar-vos. Encontramo-nos na Reserva Natural Privada de Karongwe, no Acampamento da empresa Ecotraining. O acampamento possui 4 “cabanas” e cerca de 20 tendas.

Acampamento Ecotraining na Reserva Karongwe. O ponto azul é a minha tenda!
14 de agosto de 2012.th 14 de agosto de 2012. A viagem até Karongwe foi longa. Quase 5 horas de Johannesburg até ao portão da reserva! No portão havia uma placa de aviso que dizia “Aviso! 10,000 volts!”. É a voltagem necessária para parar um elefante ... bom, para ser honesto, para desencorajar um elefante. Esta potência não consegue parar nenhum elefante determinado, mas é suficiente para matar facilmente um humano. Portanto, não tocar!
Ao entrarmos na reserva, fomos recebidos por uma grande girafa macho. Ele era lindo! Muito mais escuro e muito mais alto que as fêmeas. Eu não conseguia ouvir nada com todas as câmaras a “disparem”. Cada pessoa deve ter tirado cerca de 100 fotos da girafa, incluído eu.

A girafa macho (Giraffe camelopardalis giraffe) que veio dizer olá.
Após esta receção, vimos um guia que se aproximava. Era Mark, o guia de apoio (não é o guia principal) que nos vinha buscar para nos levar até ao acampamento. Ele vinha num Land Rover enorme. Todo aberto, com 9 lugares, 3 em cada fila e 2 na frente. No capô do carro havia mais um lugar destinado ao rastreador. Assim que entrámos no carro, fui para a parte de trás do “landie” (alcunha que damos aos Land Rover em África). Pode-se dizer que andar na parte de trás deste veículo é parecido a uma viagem numa montanha-russa, sempre aos altos e baixos!
We drove 10 minutes until we arrived at a weird road that would go around. There was a big board saying, “Welcome to Ecotraining Camp”. I was looking around and saw nothing. I was like:
-Acampamento? Qual acampamento?
No quadro estavam também todos os avisos sobre procedimentos e responsabilidades de segurança dentro do acampamento.
Enquanto descarregávamos o carro, a gerente, uma jovem mulher chamada Olga, veio receber-nos e cumprimentou-nos com um grande sorriso: -Como somos tão poucos alunos, 7 no total, cada um de vocês tem sua própria tenda. Chamou o meu nome:
-João, a sua tenda é a número 1.
Respondi:
-Ok.
Regressei então ao carro para apanhar as minhas malas. Nunca é demais lembrar que eu não tinha a mínima ideia do que me esperava ou onde me estava a meter, portanto trouxe comigo uma mala de 32 kg, uma mochila e um saco com todas as coisas que tinha comprado (como sabia que ia passar um mês sem ir à cidade, comprei bolachas e chocolates).
Como a minha estrutura física não era a de um atleta, tive que fazer três viagens, ida e volta, só para ter tudo na minha tenda! Comecei a descer um caminho de areia com pedras na lateral e fiquei impressionado com a cabana à minha frente.

As 4 cabanas no acampamento. Cozinha à direita; escritório e casa de banho em frente; mesa de ping-pong à esquerda; sala de aulas à esquerda.
- Incrível - pensei.
Era como uma cabana tradicional africana, com um telhado de palha. Esta cabana era a cozinha. Perto dela havia mais três cabanas. A primeira tenda à esquerda da cozinha era a minha.
-Olha-me esta sorte! Mesmo ao lado da cozinha! – exclamei.
Em frente à minha tenda estava a fogueira e ao lado desta, o rio. A minha tenda era grande.

Tenda número 1

O interior de uma das tendas!
Duas camas e uma prateleira só para mim. Larguei a mochila e o saco e voltei para trazer a mala grande. Acho que a mala era mais pesada que eu!
Olga chamou-nos para as instruções do acampamento e começou perguntando:
-Está tudo bem com as tendas?
Todos nós respondemos:
-Sim. Incrível!
Então, explicou como funcionavam as regras do acampamento: -Toda a comida deve ser armazenada na cozinha, caso contrário, macacos, esquilos e outros animais irão apanhá-la e comê-la. Temos três mulheres a trabalhar no acampamento. Uma na cozinha, uma para limpar as tendas e outra para ajudar na cozinha e nas tendas. Seguidamente esclareceu sobre os procedimentos de segurança no acampamento:
- Nada de correr, nada de aventurar-se no rio, sem guia ou sem estar acompanhado, nada de andar sozinho no meio da noite, nada de comida nas barracas porque temos hienas residentes que vêm ao acampamento à sua procura.
Ela depois disse:
Também temos um Nyala macho residente e o seu nome é Nelson.
After signing all the contracts and forms she turned and said:
-Quase que me esquecia. Não há eletricidade no acampamento e nem rede de telemóvel. Temos um gerador que só funciona duas horas por dia. Uma hora ao almoço e uma hora ao jantar.
Achei tão incrível que foi difícil esconder o meu entusiasmo! Sentámo-nos e começámos todos a conversar para nos conhecermos: quem éramos, o que fazíamos, como era a nossa família, etc... Então um dos alunos olhou espantado para mim e disse:
Tu tens apenas 15 anos?
- Sim - respondi.
-Os teus pais estão malucos ao deixarem-te vir para África sozinho- disse outro.
-Não tão malucos como eu! - respondi.
Depois do almoço fomos descansar um pouco antes da viagem. Fui arrumar as malas e preparar as coisas para o primeiro safari. Para ser honesto, não me lembro muito bem deste safari.
Quem me dera ter escrito um diário enquanto lá estive, mas estava demasiado ocupado a viver esta incrível e fabulosa experiência que nem me lembrei de o fazer. Ao pôr do sol, fomos beber uma bebida no Sundays Rock. Um lindo conjunto de rochas, como um arrife e uma vista fantástica. É o lugar mais alto da reserva. Tivemos que subir um pouco para chegar até lá, mas valeu a pena porque a vista era de tirar o fôlego!

O pôr-do-sol visto de Sundays Rock.
We started driving towards the camp, but something caught the attention of “John”, the instructor. Not in the bush, but on the radio. “tau” and “simba”, were the words I could hear. “John” spoke on the radio, the language was Afrikaans, and then turned to the back and said:
-Os leões estão no Sul, pessoal! Estamos a caminho do local onde foram vistos a última vez.
Os nossos olhos brilharam de alegria. O sol já tinha desaparecido, mas ainda não era noite. Estávamos naquele momento intermedio em que não está escuro o suficiente para usar luzes, mas não é claro o suficiente para se ver com nitidez. Nestes últimos minutos de claridade, os animais diurnos procuraram um lugar seguro para passar a noite, e é a hora dos animais noturnos começarem a acordar.
-Ali! - disse Mark.
Eu só conseguia ver o reflexo de um olho. Johann aproximou-nos e o que era apenas um olho de repente transformou-se em 8 olhos.
– This is Zero, the male lion – “John” said.

O leão Zero!
Era lindo! Tinha uma longa juba escura, mais escura do que os leões normais. Ao lado dele, as suas três leoas. Ficámos com os leões durante uma hora.
Voltámos para o acampamento. De noite, a temperatura desce muito rapidamente no mato africano. Mesmo no inverno os dias são normalmente quentes, mas as noites são geladas. No acampamento só conseguíamos ver as luzes da cozinha e da fogueira. Todos agarraram as suas lanternas para descer do carro e ir para as tendas.
Enquanto caminhava para a tenda, comecei a ver que havia alguns rastos estranhos no caminho, rastos novos que não estavam lá à tarde. Virei à esquerda para ir para minha tenda e vi a fogueira, linda! A Olga estava lá. Ela estava a beber uma cerveja. O que eu adoro no mato é que não precisamos ou sentimos falta dos nossos telemóveis. As estrelas são tudo o que tu queres ver!

The amazing campfire! You can see on the upper left corner my tent

Welcome To Tales of an Adventurer

Tenho Uma Hiena na Tenda
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